Alguns de nós da banda o encontramos em sua segunda casa, oRainbow [Bar & Grill na Sunset Strip em Los Angeles]. Ele estava jogando fliperama, como sempre. Alguém disse: “Oi, somos da banda de rock Europe.” Lemmy nem olhou. Ele apenas respondeu: “O Europe não é uma banda de rock.” Que resposta legal. Ficamos absolutamente perplexos. Mas rimos disso e levamos na boa. Algumas semanas depois nos vingamos quando a revista Kerrang! resenhou um de nossos shows e disse que nós éramos ‘Mais altos que o Motörhead!’
FREDDIE MERCURY
Eu temo que tenhamos irritado Freddie. Estávamos no Townhouse Studios [em Londres], passando a bateria de Ian Haugland com o produtor Ron Nevison para o disco Out of This World [1988]. Do nada aparece essa cara, meio vermelha e disse: “Vocês só podem estar brincando”. Freddie estava na sala ao lado da nossa, tentando gravar um lance de ópera, e não tínhamos fechado a porta direito. Ele disse: “Sua bateria está indo direto pra nossa mesa. Daria pra vocês maneirarem?” Muito cavalheiro, muito eloqüente, mas muito contrariado.
Eu o conheci na transição dos anos 80 pros 90. Pra mim, o Guns N’ Roses era uma banda muito importante porque tinha um pé naquelas duas eras da música.
Tocamos duas noites no Budokan [em Tóquio] e por volta da mesma época, eles tocaram duas noites lá também. Fomos ao show deles e eles foram ao nosso. Nós ainda tínhamos aquela produção oitentista, um show muito grande, enquanto eles tinham apenas algumas luzes. Eles nem tinham um set list, eles só iam até o praticável de Steven Adler e resolviam o que seria tocado em seguida. Mas eles eram ótimos. Todo mundo acabou indo pro famoso bar Lexington Queen. Foi uma noite bizarra. A cerveja acabou de cara. Por volta das quatro ou cinco da manhã, a coisa saiu fora de controle. Eu encontrei Axl no banheiro e nós conversamos sobre o triângulo das Bermudas, dentre todas as coisas. Mas durante a maioria da noite ele sentou-se num canto sozinho vestindo um casaco de pele.
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